O
Natal não se resume a um dia nem celebra simplesmente o Nascimento de Jesus.
Na
verdade, o Natal é um tempo litúrgico, formado por cinco festas que celebram no
rito da Santa Liturgia o mistério da Manifestação do Filho de Deus em nossa
natureza humana. Assim: Natal é o Tempo no qual a Igreja, na sua Celebração
eucarística, ao celebrar os santos Mistérios, entre em comunhão real e
verdadeira com o Mistério da Manifestação, da Vinda, do nosso Salvador e Deus
bendito na nossa natureza humana!
O
Filho eterno do Pai manifestou-Se na nossa pobre humanidade para enriquecê-la
com a Sua divindade; Ele veio para nos dar a graça da comunhão, da amizade com
Ele – é isso a salvação!
1. A
Solenidade do Natal do Senhor, no dia 25 de
dezembro. Na
pobreza da gruta de Belém contemplaremos como frágil criança Aquele que é o
Forte e eterno Deus: “Porque um Menino nos nasceu, um filho nos foi dado, Ele
recebeu o poder sobre os Seus ombros e Lhe foi dado este Nome:
Conselheiro-maravilhoso, Deus-forte, Pai-eterno, Príncipe-da-Paz” (Is 9,5).
Neste Dia santíssimo (que é celebrado durante oito dias) a Igreja dobra os
joelhos diante do Salvador, juntamente com Maria, José e os pastores; a Igreja
canta o “Glória a Deus nas alturas” juntamente com os anjos, a Igreja
ilumina-se de alegria como o céu da noite santa de Belém.
2.
No Domingo entre os dias 25 e 1º de janeiro a Igreja celebra a Festa da Sagrada Família.O Filho de Deus
assumiu em tudo a nossa condição humana: entrou numa família, na vida miudinha
de cada dia; Ele veio verdadeiramente viver a nossa aventura. Assim, santificou
as famílias de modo especial: “Desceu com eles para Nazaré e era-lhes submisso”
(Lc 2,51).
3. Solenidade
de Santa Maria Mãe de Deus, no dia 1º de janeiro, Oitava do Natal. “(Os
pastores) foram, então, às pressas, e encontraram Maria, José e o Recém-nascido
deitado na manjedoura” (Lc 2,16). A Igreja contempla o Menino que nasceu em
Belém e Nele reconhece o Deus eterno e perfeito, reclinado no colo de Maria.
Por isso chama-a Mãe de Deus, quer dizer, Mãe do Filho de Deus feito homem!
Dando este título à Virgem a Igreja, desde suas origens, professa sua fé na
divindade de Jesus. Primeiro de Janeiro é uma das grandes festas marianas.
4. Solenidade
da Epifania do Senhor, no Domingo entre 2 e 8 de janeiro. É a festa
chamada Festa de Reis. Mas, é bem mais que isso: a palavra “epifania” significa
“manifestação”. Os magos, vindos dos povos pagãos, representam toda a
humanidade que vem adorar o Salvador e reconhecê-Lo como a luz para iluminar as
nações. Deus manifesta a Sua salvação a todos os povos: “O Senhor fez conhecer
Sua salvação, revelou Sua justiça aos olhos das nações. Os confins da terra
contemplaram a Salvação do nosso Deus” (Sl 97,2.3).
5. A
Festa do Batismo do Senhor, no Domingo após a Epifania. Com ela
termina o tempo do Natal. O Pai apresenta o Seu Filho: “Este é o Meu Filho
amado, em Quem Eu Me comprazo!” (Mt 3,17). Com esta festa encerra-se o ciclo de
festas da Manifestação do Senhor. A Igreja, mais uma vez, renova sua certeza e
vive essa graça, experimenta-a e anuncia ao mundo: “O Verbo Se fez carne e
habitou entre nós e nós vimos a Sua glória!” (Jo 1,14).
Que
vivamos bem este tempo do Natal, tão rico e santo!
D.
Henrique Soares da Costa
Bispo
de Palmares/PE