28/01/2022

Jubileu 50 Anos do MCC na Arquidiocese de Aracaju


O Movimento de Cursilhos celebra em 2022 seu Jubileu de Ouro pelos 50 anos de implantação em Sergipe, ao tempo que expressa eterna gratidão a Dom Luciano José Cabral Duarte, que foi o responsável pela implantação através da Arquidiocese de Aracaju, tendo sido também o seu primeiro Assessor Eclesiástico. O primeiro Cursilho foi realizado de 26 a 29 de outubro de 1972.

O Movimento de Cursilhos ou “a obra dos Cursilhos”, como se dizia, teve seu início no singular contexto social, econômico, político e religioso da Espanha nas décadas de 1930-1940. Coube a iniciativa à Juventude da Ação Católica Espanhola (Ilha de Majorca, Espanha), encorajada por seus assistentes espirituais eclesiásticos e por seu Bispo, D. Juan Hervás.

Participando de peregrinações promovidas pela JACE a destacados Santuários nacionais e, especialmente da preparação e realização da grande Peregrinação levando 80.000 jovens a Santiago de Compostela, em agosto de 1948, intuíram eles a “obra dos Cursilhos”. Aqueles “cursilhos” ou pequenos cursos preparatórios à peregrinação, ministrados a milhares de jovens por toda a Espanha, durante vários anos, poderiam continuar a ser desenvolvidos, agora com outro direcionamento.

Um eixo doutrinário específico, constituído pelo anúncio jubiloso do Evangelho, através de um método próprio – o querigmático-vivencial – facilitaram a conversão entusiasmada de muitos jovens e sua inscrição nas fileiras da JACE. A conquista do mundo para Cristo era sua bandeira.

Alguns jovens sacerdotes da Diocese maiorquiana trabalhando com a Ação Católica e com a JACE, estavam naturalmente influenciados pelas ainda recentes Encíclicas “Mystici Corporis” (1943) e “Mediator Dei” (1947), do Papa Pio XII. Essas circunstâncias facilitaram a descoberta do eixo doutrinário dos “cursilhos”: a GRAÇA seria a sua decisiva e fundamental motivação. O método característico do Movimento surgiu do seu cunho vivencial, na emotividade das pessoas, o que não deixava de ser sumamente oportuno.

Em 1953, na 15ª Assembléia Geral da JACE, tentando resolver dificuldades internas e relacionamento e de estrutura, D. Hervás deu àqueles “cursillos” o nome de Cursilhos de Cristandade.

O MCC chegou ao Brasil trazido pela missão Católica Espanhola sendo que o 1º Cursilho Masculino foi realizado na cidade de Valinhos, em São Paulo, em 1962.

Na Arquidiocese de Aracaju a sua sede diocesana localiza-se na Rua Propriá, 222, centro. Em sua estrutura de serviço e evangelização conta com Setores diocesanos (Aracaju, Itabaiana, Capela e Moita Bonita), Núcleos Decolores, Escolas de Formação e desenvolve atividades comunitárias diversas além de parceiras com outras expressões religiosas e da sociedade organizada.

A assessoria eclesiástica do Movimento é desenvolvida por Pe. João Bosco Leite, Pe. Genivaldo Garcia e Pe. Cássio Souza. A coordenação diocesana conta com Otacílio Cerqueira (coordenador) e Gileno Lopes (vice).


23/01/2022

CNLB lança Agenda formativa 2022


Sônia Gomes de Oliveira, presidente do CNLB afirma que “Não podemos nos furtar de caminhar nesse processo da sinodalidade que o Papa tanto nos chama”

O Conselho Nacional do Laicato do Brasil (CNLB) acaba de lançar a “Agenda Formativa em Defesa da Vida do ano de 2022”. A presidenta do CNLB, Sônia Gomes de Oliveira, em entrevista, nos fala sobre os passos a serem dados pelo laicato brasileiro para caminhar em direção a uma Igreja sinodal, em saída para as periferias, a serviço da vida.

A Agenda, com 131 páginas, tem sido disponibilizada em formato virtual (ver aqui), mas também pode ser impressa. Distribuída nos 12 meses do ano, apresenta textos, imagens, reflexões e testemunhos, que podem ser usados por cada grupo para seu trabalho e reflexão, segundo insiste a presidenta do CNLB.

Qual a importância da formação do laicato para assumir a proposta do Papa Francisco de ser uma Igreja sinodal, uma Igreja em saída, uma Igreja que se faz presente nas periferias?

Na verdade, a proposta é trazer o laicato para assumir o seu protagonismo enquanto batizados, entendendo o seu papel fora da Igreja, seu papel de testemunha nessas realidades onde ele vive, e que é isso que o Papa Francisco tem nos chamado.

Por que o leigo é aquele que está nesse chão, aquele que está nessa realidade, e por isso ele tem que viver essa realidade. Por isso que nós ao elaborarmos esta Agenda Formativa, ao pensarmos esta agenda a partir do olhar, do trabalho, da visão e da espiritualidade que o Papa Francisco tem nos trazido, com esse olhar da sinodalidade, é que nós queremos trazer o laicato para entender esse chão que ele está, este processo que o Papa Francisco tem nos chamado, para que nós tenhamos um laicato maduro, um laicato que consiga entender a realidade onde ele está, o chão onde ele está, e possa testemunhar a partir desta realidade onde ele está para que ele possa viver realmente esse testemunho de onde ele vive.

 

A Agenda Formativa é interativa e vai refletindo cada mês sobre momentos importantes na vida da Igreja e da sociedade. A partir dessas temáticas e dos testemunhos que aparecem recolhidos em cada um dos meses, como ajudar o laicato a ter esse olhar para fora do templo, para a sociedade, como se posicionar na defesa da vida fora do templo?

Justamente nesse sentido que nós queremos. A Agenda é uma forma de contribuir para que o laicato tenha um subsídio. Muitas vezes se fala que não se tem como preparar uma reunião, o que refletir. A Agenda é um subsídio que nós damos para que na reunião mensal ter o que refletir, trazendo realidades de Norte a Sul do país, daquilo que o Papa Francisco tem nos convocado, realidades sociais, como a Semana Social Brasileira, Semana dos Pobres, com testemunhos de cristão leigos e leigas, de bispos, de padres que estão aí, que dão a vida pela nossa Igreja.

Nós não nos furtamos de mostrar um rosto de uma Igreja que, a partir de Jesus Cristo é presente e que dá um testemunho do Evangelho, a partir de uma encarnação. Nós queremos que o laicato possa ter na sua vida diária, na sua formação, a partir do seu encontro mensal, uma sugestão que nós damos para que eles possam estar fazendo essa sintonia com o que a Igreja do Brasil está refletindo, mas o que as nossas periferias, a nossa realidade social está apontando.

Este ano para nós é desafiador. É um ano que nós temos a Semana Social, é um ano que estamos discutindo a democracia do nosso país, e nós precisamos que o nosso laicato tenha clareza, que é um ano de eleição e nós precisamos ter clareza que somos chamados a testemunhar dentro da política, que é um dos campos específicos para a atuação dos cristãos leigos. A Agenda aponta muito isto para nós, e nós queremos muito pautar isto na nossa Agenda.

Qual a proposta do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro para que esse trabalho seja realizado nos grupos, nas bases, ao longo de 2022?

Ao longo de 2022, além de esta Agenda que a gente quer propor para o ano todo, nós temos a nossa Assembleia anual, que é uma assembleia eletiva, e que nós vamos fazer uma recuperação da Assembleia Eclesial. Nessa Assembleia Geral Ordinária, nós vamos a estar recuperando um pouco, trazendo esse olhar. Uma das propostas centrais que nós queremos trazer para nossa Assembleia Geral Ordinária, é “Sinodalidade e missão: Cristãos leigos e leigas em saída para as periferias”. Esse é o tema central para nós cristãos leigos nesse ano, entender que somos chamados para uma Igreja em saída, e como leigos e leigas, é as periferias o campo nosso.

Isso, porque nós queremos continuar nessa sinodalidade, mas também pensando que o campo específico de missão nosso são as periferias, e em sintonia com a Assembleia Eclesial e o Sínodo que o Papa tanto está nos chamando. Não podemos nos furtar de caminhar nesse processo da sinodalidade que o Papa tanto nos chama.

 


Fala sobre a sinodalidade, uma prioridade da Igreja universal para 2022 e 2023. Como esta Agenda Formativa pode ajudar a Igreja do Brasil, especialmente o laicato, a se envolver neste Sínodo sobre a Sinodalidade?

O que nós queremos agora é uma divulgação maior, nós queremos que cada presidente regional possa divulgar isto no seu Regional, na sua diocese, os parceiros que nós temos em cada diocese, e chegar no grupo mais simples que tiver, e que a gente possa conseguir estar fazendo essa reflexão. O nosso material, ele está muito em sintonia com aquilo que a Igreja do Brasil traz, com aquilo que o Papa Francisco tem apresentado, com aquilo que as nossas pastorais, os nossos movimentos, os nossos organismos da Igreja têm apresentado.

O Conselho de Leigos não é um organismo que está fora daquilo que a Igreja do Brasil tem pensado. Uma forma de sinodalidade, de colegialidade, que nós também queremos contribuir com esta Igreja universal, com esta Igreja do Brasil e com esta Igreja da América Latina, para nos vivenciarmos tudo aquilo que o nosso Papa tem pedido para todos nós. E nós cristãos leigos temos uma grande contribuição, e devemos contribuir, para que a gente possa ver melhor esse momento que o Papa tem nos convocado para vivermos e entendermos esta sinodalidade neste momento até 2023.

Como presidenta do Conselho Nacional do Laicato Brasileiro, como anima o laicato a se envolver e assumir como prioridade esta Agenda Formativa para 2022?

O que eu tenho dito é que não é só uma agenda para ficar engavetada, mas é uma agenda para que possa fazer arder o nosso coração, é uma agenda para que possa nos fazer entender que é mais um compromisso que nós temos enquanto homens e mulheres que queremos contribuir com o processo de construção de uma sociedade justa, de uma encarnação de uma Igreja que assume um projeto novo na realidade que nós estamos vivendo.

Esta realidade requer que nós tenhamos leigos e leigas ousados, que tenham capacidade de encantar esta sociedade com dinamismo, com poesia, mas também com muita ousadia. A Agenda, ela quer fazer isso. Por isso que ela traz com muitas cores, com rostos novos, com testemunhos, com textos bíblicos. E aí eu falo que nós leigos e leigas precisamos caminhar juntos, sem perder o encantamento, sem perder o Evangelho.

E é isso que eu digo para o laicato, a poesia, o encantamento e o amor a Jesus Cristo. Isso nos ajuda muito a caminhar e a fazer esse testemunho de Jesus nessa sociedade que tanto nos pede e que tanto exige que nós sejamos capazes de dar um testemunho de cristãos batizados nessa sociedade.