A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB),
após reunião virtual de seu Conselho Permanente, realizada na quarta-feira, 28
de outubro, divulgou uma mensagem sobre as Eleições municipais deste ano. No
documento, a entidade expressou, à luz da Doutrina Social da Igreja Católica e
do magistério do Papa Francisco, a compreensão sobre a política como um
conjunto de ações pelas quais se busca uma forma de convivência entre
indivíduos, grupos e nações que ofereçam condições para a realização do bem
comum.
O Conselho Permanente da CNBB é o órgão de
orientação e acompanhamento da atuação da Conferência e dos organismos a ela
vinculados, bem como órgão eletivo e deliberativo, nos limites do Estatuto da
entidade. É constituído pela presidência da CNBB, pelos presidentes das
Comissões Episcopais Pastorais (CONSEP) e os membros eleitos dos Conselhos
Episcopais Regionais (CONSER), os 18 regionais da entidade.
A CNBB entende que os cristãos, leigos e leigas,
não podem “abdicar da participação na política” (Christifideles Laici,
42). “Esse protagonismo é próprio do laicato. Cabe a ele, de maneira singular,
a exigência do Evangelho de construir no mundo o bem comum na perspectiva do
Reino de Deus. O clero, guiado pela Doutrina Social da Igreja e atendo-se às
normas da igreja quanto à sua participação na vida político-partidária, assume
o que lhe é específico nas suas responsabilidades políticas quando cuida da
formação, incentiva e acompanha o laicato”, diz um trecho.
Papel e perfil de prefeitos e vereadores
Em um trecho do documento, a Conferência aponta o
dever dos prefeitos e vereadores eleitos: “contribuir com ações eficazes,
nos campos da saúde, educação, segurança, transporte, assistência social,
moradia, direito à alimentação e proteção da família, entre outros. Darão bons
frutos os políticos que priorizarem o bem comum e a vida plena,
desde a concepção até a morte natural, de todos dos cidadãos, sem quaisquer
discriminações, nunca buscando seus próprios interesses pessoais e
corporativos”.
A CNBB chama a atenção dos cristãos católicos a
estarem atentos quanto ao histórico e ao perfil dos candidatos, alertando que
“não pode produzir bons resultados o político que atenta contra a vida,
trabalhando por políticas públicas que favoreçam o aborto, fazendo campanha eleitoral
com discursos de ódio, defendendo o uso da violência, o recurso às armas e se
atrelando ao tráfico de drogas e às milícias. Quem não se compromete com os
excluídos e se mostra indiferente diante da morte de pessoas e das graves
feridas do meio ambiente não merece o voto de quem deseja uma sociedade justa e
democrática”. Confira, abaixo, a íntegra da mensagem.