Em artigo, o bispo de Marabá (PA), na
região Norte do país, dom Vital Corbellini, manifestou a acolhida à Exortação
Pós Sinodal “Querida Amazônia” como resultado do Sínodo que se realizou de 06 a
27 de Outubro de 2019. “Nós queremos acolhê-la com alegria e amor na qual a
exortação apostólica do Papa Francisco dirige-se ao povo de Deus e a todas as
pessoas de boa vontade”, disse.
O bispo lembrou que a Exortação foi lançada dia doze de fevereiro de 2020, no aniversário de 15 anos do assassinato de Irmã Dorothy Stang, mártir da Amazônia, que foi assassinada em defesa da floresta amazônica e em atividades por famílias dos pequenos agricultores e dos pobres da Amazônia. No artigo, dom Vital ressaltou a forma como o Santo Papa abriu exortação afirmando que “a Amazônia querida apresenta-se aos olhos do mundo com todo o seu esplendor, drama e mistério”.
Acompanhe, a
seguir, trechos do artigo sobre a Exortação Querida Amazônia:
“O papa deixa claro que não pretende
discutir todas as questões tratadas no Documento Conclusivo do Sínodo para a
Pan-Amazônia, nem substituí-las e nem fazer uma simples repetição,
mas quer dar uma reflexão, uma síntese de preocupações já levantadas no seu
pontificado, por documentos anteriores, sobre a realidade amazônica na
qual ajude sempre o caminho sinodal para que a Igreja viva o seguimento a
Cristo sendo serva do Senhor, ponto forte do Papa Francisco”.
“O Papa está em comunhão com todos os
povos da Amazônia, os do campo e os da cidade, sobretudo indígenas, com as
suas alegrias e dores, na tentativa de buscar soluções, levando o evangelho de
Jesus Cristo para todas as pessoas, visando à conversão de vida, e lutando
por vida digna, na qual o Senhor fez para todos ser realidade neste mundo”.
“Francisco quer esclarecer a
importância do documento no sentido de que Deus queira que toda a igreja
se deixe interpelar e enriquecer pelo trabalho de evangelização na Amazônia,
onde pastores, consagrados e consagradas, fieis leigos e leigas se empenhem na
sua aplicação e as pessoas de boa vontade se inspiram para a concretização das
normas dadas”.
“O Papa tem presentes sonhos nos
quais desenvolverá toda a sua exortação apostólica, como o social, cultural,
ecológico e eclesial, terminando com uma oração a Mãe da Amazônia, a mãe de
Cristo na qual se manifestou de diversas maneiras na realidade amazônica. A
exortação apostólica coloca os nove países do bioma amazônico, mas também quer
dirigir-se a toda a Igreja e ao mundo inteiro. Ele fala da terra amazônica no
sentido de despertar a estima que ele tem para com a Amazônia, afirmando ser
‘nossa terra’, percebê-la como mistério sagrado no qual o Criador deu para os
seres humanos e que merece todo o cuidado para que as florestas e as águas não
sejam destruídas e a terra seja dada para todas as pessoas e não simplesmente
para alguns grupos econômicos e políticos”.
“A Igreja, como esposa de Cristo,
possa se encarnar nesta realidade como em qualquer lugar do mundo, e assim
novos rostos multiformes surgirão a partir da inesgotável graça de Deus. O
que o papa pede é que devem encarnar-se a pregação, a espiritualidade, as
estruturas da Igreja. Ele percebe que a Amazônia inspira-lhe diversos sonhos
como uma Amazônia que lute pelos direitos dos mais pobres, dos povos nativos,
de modo que a sua voz esteja presente na Igreja e no mundo, uma Amazônia que
preserve a riqueza cultural, uma Amazônia que guarde a sua beleza natural,
com os seus rios, águas, florestas, uma Igreja com comunidades cristãs de tal
modo que dêem a Igreja rostos novos com traços provenientes
da própria Amazônia”.
“Acolhemos com alegria e amor esta
Exortação Apostólica intitulada Querida Amazônia sendo
um título importante, que busca colocar o diálogo, a importância do trabalho
evangelizador da Igreja, a espiritualidade, a natureza, a conversão pastoral e
ecológica, o seguimento a Cristo e à sua Igreja”.