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22/02/2018

Como superar a Violência?



Todos os anos, durante o período da Quaresma, que se inicia na Quarta-feira de Cinzas, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresenta e convida toda comunidade a participar da Campanha da Fraternidade, com o principal objetivo de despertar a reflexão e a solidariedade de todos em relação a um problema.
Em 2018, a Campanha da Fraternidade tem como tema “Fraternidade e Superação da Violência”. E, extraído do capítulo 23 do Evangelho de São Mateus, o lema: “Vós sois todos irmãos.” Com o objetivo de construir a fraternidade, promovendo a cultura da paz, da reconciliação e da justiça, à luz da palavra de Deus como caminho de superação da violência.
Mas, como podemos superar a violência em nossas comunidade e como podemos promover a paz? Para respondermos essas questões e entendermos mais sobre a Campanha da Fraternidade de 2018, nós vamos conversar com Dom Anuar Battisti, Arcebispo de Maringá (PR) e presidente do conselho diretor da Pastoral da Criança.
Por que o tema: “Fraternidade e Superação da Violência”, foi escolhido para a campanha de 2018?
O tema foi escolhido dado ao crescimento assustador da violência em todos os sentidos. A violência em casa, na rua, pelos meios de comunicação social e tantos outros local. Devemos lembrar que toda violência exclui, toda a violência mata e nós não queremos a morte, nos queremos a vida, defender a vida custe o que custar, visto que ela é um dom de Deus e deve ser defendida desde a concepção até a morte natural. De modo que, ninguém pode matar ninguém, esse é um mandamento da lei de Deus e por isso a urgência de tratar deste tema, no viés fraternidade e superação da violência. Nós só vamos superar a violência quando nos se sentirmos irmãos.
O que gera a violência ou quais são as raízes da violência?
A violência começa nos pequenos gestos dentro de casa: não saber perdoar, vingar-se porque alguém fez alguma coisa errada, porque quebrou um prato ou porque deixou algo fora do lugar ou simplesmente, porque você não gosta daquela atitude. A violência nasce nesses pequenos gestos e erros que não somos capazes de perdoar. Mas, a violência também está presente em outras formas no nosso país: na questão da pobreza, na discriminação, na distribuição de renda e no consumismo, essa diferença social é a grande raiz da violência, pois todos querem vida e dignidade. Por isso, nós buscamos a fraternidade e ações de não violência, como a atitude de perdão, reconciliação, agradecimento, compreensão e arrependimento, esse é o caminho da não violência.
O que se espera conseguir com a Campanha da Fraternidade de 2018?
O que se espera é que a campanha da fraternidade não fique só no livro, não fique só no texto, não durante só durante a Quaresma. Ela é uma proposta para ser meditada e refletida o ano todo. Que possamos levar o tema desta e de todas as campanhas para as nossas reuniões de grupo, para as nossas reuniões de família e para as nossas comunidades, de modo que a própria Igreja seja grande incentivadora da construção da cultura da paz entre nós.
Como podem colaborar com a Campanha da Fraternidade de 2018 e lutar contra a violência?
Para colaborar com a Campanha da Fraternidade, tem que acontecer a conversão pessoal e familiar para a cultura da paz, a cultura da não violência. Cada um de nós deve fazer seu exame de consciência e se perguntar: os meus gestos e as minhas atitudes, dentro de casa, no meu trabalho, com os meus amigos, nos momentos de lazer, na hora de encontrar as pessoas que amo, são atitudes de paz e de ternura? quais são os gestos de violência que às vezes usamos e não nos damos conta? como posso mudar? Nós começamos de fato a colaborar com esta da Campanha da Fraternidade para acabar com a violência, a partir dos pequenos gestos que pode nascer entre nós: um aperto de mão, um abraço, pedir desculpa, pedir perdão e nos abrir também para os diferentes dentro da nossa comunidade, no diálogo inter-religioso, no caminho da superação da violência e da discriminação. Nós queremos sim 0% de violência e 100% de ternura.